O Novo
Testamento, tanto nas bíblias católicas como nas protestantes, não apresenta
qualquer diferença quanto à quantidade de livros. Todavia, o mesmo não ocorre
com o Velho Testamento, pelas razões seguintes:
a) Segundo o
Concilio de Rabinos de Jâmnia, realizado entre 90 e 100 d.C, o Velho Testamento
constitui-se apenas de 39 livros constantes da bíblias evangélicas, mas a
Igreja Católica Romana, no Concilio de Trento (1546) resolveu afirmar
solenemente a canonicidade dos apócrifos (livros completos e aditamentos);
b) Em
virtude de ter aceitado muitas inovações doutrinárias, o catolicismo romano foi
obrigado afastar-se da Bíblia. O rompimento não foi imediato, mas gradativo: Jerônimo e Crisóstomo insistiram na
leitura da Bíblia. Agostinho
considerava as traduções dela um meio abençoado de pregar a Palavra de Deus
entre as nações. Gregório I
recomendou a sua leitura. As restrições começaram com Hildebrando, que proibiu aos boêmios a leitura da Bíblia. Inocêncio III, em 1215, impediu o povo
de ler a Palavra de Deus em sua língua materna, mas somente em latim, língua
conhecida apenas por alguns eruditos. Clemente
XI condenou a leitura da Bíblia pelos leigos, etc.
c) O
Concílio Tridetino foi um dos pontos salientes da Contrarreforma Católica. Com
o progresso do protestantismo, a Bíblia foi colocada nas mãos do povo, que
percebia claramente na sua leitura, o quanto o romanismo afastara-se da sã
doutrina apostólica. O clero romano pressionado e desafiado a sustentar na
Palavra de Deus suas doutrinas foi forçado a aceitar uma autoridade religiosa –
a tradição – e canonizar os apócrifos, nos quais muitos dos falsos dogmas
poderiam ser sustentados;
d) A própria
canonização constitui a maior prova de que tais livros, até o Concilio de
Trento (1546) não eram considerados, mesmo pelos católicos, como escritos sob
inspiração divina. Os motivos da rejeição de tais livros por parte dos rabinos
judeus são: porque tinham sido escritos depois de Esdras e Neemias (Eclesiástico
e 1 Macabeus) quando se cria que a inspiração havia cessado; porque foram
escritos em grego ou pelo menos, por se desconhecer seu possível original
hebraico (Sabedoria e 2 Macabeus); porque seu texto hebraico (ou aramaico)
estava perdido na ocasião do Concilio (Judite, Tobias, Baruc).
e) Em
conclusão, a Bíblia certa é aquela traduzida por entidades fiéis ao texto
sagrado, descomprometidas com o falso ecumenismo ou seitas heréticas; é aquela
que não apresenta livros e aditamentos espúrios, e nem mesmo anotações
capciosas tendentes a desviar o leitor da sã doutrina da Palavra de Deus.
Contudo, muitos católicos sinceros, ao examinarem humildemente o texto sagrado
de suas próprias Bíblias, encontraram nele a orientação segura para o único
caminho da salvação, Jesus Cristo, e hoje servem ao Mestre nas diversas
denominações evangélicas.
FONTE: Livro: A Bíblia Responde; CPAD;
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