sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Lição 04 - A providência Divina na fidelidade humana (CPAD) - Subsídios

DANIEL 3.1-5

INTRODUÇÃO

I – A TENTATIVA DE SE INSTITUIR UMA RELIGIÃO MUNDIAL

II – O DESAFIO À IDOLATRIA

III – A FIDELIDADE A DEUS ANTE A FORNALHA ARDENTE (Dn 3.8-12)

CONCLUSÃO


O PRENÚNCIO DO ESPÍRITO DO ANTICRISTO

DANIEL 3.1-5

Na lição desta semana, estudaremos a respeito da ação maligna arquitetada por Nabucodonosor ao construir uma imagem de ouro, cuja intenção era impor o domínio diabólico sobre o mundo antigo. Seus ardis haveriam de se manifestar tanto na esfera material quanto na espiritual. A narrativa de Daniel descreve a imagem erigida no campo de Dura com a finalidade de apresentar o símbolo do poder babilônico sobre o mundo antigo, assim como a excelência do seu rei que se autodenominava um deus. Por esta causa, vários teólogos veem esta narrativa como o prenúncio da ação do Anticristo que também ambicionará imperar o seu domínio sobre a humanidade no tempo do fim. O “rei que há de vir”, constituirá a imagem da besta a fim de ser adorada por todos os povos da terra (Ap 13.14,15), semelhante ao intento de Nabucodonosor ao decretar o mesmo sobre todos os que exerciam cargo em todas as províncias da Babilônia (cf. Dn 3.4,5). Por conseguinte, vemos aqui a reação nobre de três jovens hebreus, que mesmo em meio à adversidade cruel a que foram submetidos, mostraram-se fieis e determinados a não negarem a fé no Deus Altíssimo (v.12). Da mesma maneira, a Igreja de Cristo também é convidada nestes últimos dias, a resistir às pressões mundanas que incidem contra ela, não abrindo mão dos princípios da Palavra de Deus e nem sendo conivente com o espírito do Anticristo que já opera nos filhos da desobediência e que dominará a terra durante o período da Grande Tribulação. Sendo assim, nesta lição, o professor poderá ensinar a classe com respeito à ação do espírito do anticristo ao longo da história e que se apresentará abertamente no tempo do fim. Analise também o posicionamento dos jovens hebreus mediante a adversidade como exemplo de fé para a Igreja atual, a fim de que os crentes permaneçam fieis a Palavra de Deus e não se conformem com os valores deste mundo.

A apresentação da estátua de Nabucodonosor

No contexto de Daniel, vemos que a imagem erigida no campo de Dura, cuja medida corresponde a aproximadamente vinte e sete metros de altura, por três de largura, teve como finalidade apresentar o símbolo do poder babilônico sobre o mundo antigo. Conforme vimos na lição anterior, o rei havia sonhado com uma estátua constituída de diversos materiais de valores estimáveis, cuja interpretação dada por Daniel significava o advento dos quatro maiores impérios que iriam surgir ao longo da antiguidade. Em virtude disso, o rei entendeu que o seu reino, representado pela cabeça de ouro, deveria ser exaltado acima de todos os demais reinos da terra, porquanto, “o Deus dos céus havia lhe dado o reino, e o poder, e a força, e a majestade” (cf. Dn 2.37,38). Com isso, o déspota teve a ideia de erguer uma imagem que fosse avistada de terras distantes, a fim de demonstrar o símbolo da supremacia do império babilônico acima de todos os reinos da terra. Na obra de Severino Pedro, Daniel, versículo por versículo: as visões para estes últimos dias, o autor declara da seguinte maneira acerca da imagem de ouro que rei erigiu: “‘... e tinha levantado’. O original pode verter as palavras da seguinte maneira: ‘O rei Nabucodonosor fez uma imagem de ouro. E levantou-a’. Estas palavras formam um refrão que percorre a primeira metade do capítulo (versículo 1-18). O grande ídolo de Nabucodonosor era uma imagem nova e nacional. E, evidentemente, o objetivo do monarca era consolidar todas as nacionalidades do mundo em uma só nação. A nação babilônica. ‘Para alcançar tal coisa era essencial que o governo fosse supremo em tudo, tanto no sentido religioso como no civil. A Roma pagã, séculos depois, fez o mesmo, perseguindo os crentes, não somente depois que faziam cultos a Cristo, mas porque não adoravam a César, o imperador, como um ser divino [...]’. Nota-se nas palavras, repetidas vezes, que o rei ajuntou ‘os sátrapas, os prefeitos, e presidentes, os juízes, os tesoureiros, os conselheiros, os oficiais, e todos os governadores [...] para que viessem à consagração’. Isso era, sem dúvida, uma forma para dar prestígio à inauguração da nova religião, ajuntando, assim, as autoridades de todas as províncias do seu vasto reino” (CPAD, 2005, p.54). Em vista disso, a intenção do rei era perpetuar o seu domínio diabólico por todo o mundo antigo, não somente politicamente, mas também espiritualmente de modo a banir todos os que possuíam alguma crença que fosse contrária à sua autoridade.

O prenúncio do espírito do Anticristo no tempo do fim

Em virtude disso, alguns teólogos veem a narrativa de Daniel como o prenúncio da ação do anticristo nos tempos finais da consumação. O mesmo obterá prestígio de muitas lideranças presidenciais que submeterão seus governos a supremacia do líder satânico. Assim como o rei Nabucodonosor decretou que todos os que exerciam cargo em todas as províncias da Babilônia, deveriam se prostrar perante a estátua de ouro, da mesma maneira o Anticristo determinará que todos adorem a imagem da besta. Desse modo, é possível notar algumas semelhanças entre a personalidade do rei da Babilônia, descrito por Daniel e a pessoa do Anticristo, deparado no livro de Apocalipse. Primeiramente, Daniel apresenta Nabucodonosor como um rei arrogante: a imagem revelada no sonho, interpretado por Daniel, descrevia o rei como a cabeça de ouro da imagem. Por esta causa, o rei se elevou, pensando estar acima de qualquer ordem que existisse seja no plano material quanto no espiritual. Em seguida, vemos a influência que tinha no contexto religioso: o rei determinara que todos se prostrassem diante da estátua de ouro. Com isso, todas as religiões estariam submetidas ao sincretismo imperado pelo rei, inclusive, a crença de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. Outra característica significante era a capacidade de domínio que o rei exercia sobre as pessoas de todo o império: por conta do medo imposto pelo déspota, todos o temiam, tendo em vista que aqueles que desobedecessem a ordem do rei seriam lançados na fornalha ardente.

De modo igual, as Escrituras caracterizam o Anticristo também como um ser arrogante: pois “se levantará contra tudo o que se chama Deus ou se adora” (cf. 2 Ts 2.4). Dessa forma se autodenominará como um deus, assentando-se no templo de Deus, querendo parecer Deus. Por conseguinte, exercerá influência no contexto religioso: ordenará a adoração à imagem da besta, a fim de banir qualquer forma de adoração que não seja a instituída pelo Anticristo. Desse modo, “o homem da iniquidade” como é chamado, exercerá total controle sobre a vida espiritual, política e religiosa de todos quantos habitam sobre a terra naquele tempo: a fim de consolidar o seu domínio sobre o mundo, “o rei que há de vir” empregará “a marca de seu nome sobre todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o seu número na mão direita ou sobre a testa” (Ap 13.16,17). Assim sendo, a história de Nabucodonosor pode ser considerada o prenúncio bíblico que evidencia a ação maligna do espírito do Anticristo por de trás dos domínios terrenos, a fim de se opor contra a soberania de Deus. 


A reação da Igreja em resposta ao espírito do Anticristo

À medida que Nabucodonosor decretou de forma incisiva a veneração da imagem erigida no campo de Dura, notamos a atitude ousada de três jovens hebreus, que mesmo em meio à adversidade cruel a que foram submetidos, mostraram-se fieis e determinados a não negarem a fé no Deus Altíssimo. Perante a ordem do rei, ao soar da trombeta e de toda sorte de instrumentos de sopro e sons musicais, os jovens hebreus desobedecem a ordem do rei e ousadamente não se prostram diante da imagem. Com isso, são questionados acerca de sua atitude. Em resposta, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, deixam claro que não se prostrariam diante da estátua de ouro do rei, mesmo que fossem lançados na fornalha ardente aquecida sete vezes. Porquanto, “quer Deus os livrasse, ou não, permaneceriam fieis em sua crença no Deus de Israel, Criador dos céus e da terra” (Dn 3.16-18). Em vista disso, receberam a sentença, e manietados, foram lançados na fornalha. Contudo, o quarto homem, cujo rei declarou ser “semelhante ao filho dos deuses”, aparece para livrá-los. Portanto, a fidelidade encontrada nos jovens tornou-se conhecida através da providência divina. De igual modo, a Igreja de Cristo também é convidada, nestes últimos dias, a resistir às pressões mundanas que sobrevêm contra ela a fim de que não abra mão dos princípios da Palavra de Deus e não ceda aos rudimentos carnais que perpetuam na sociedade. A concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida são os fundamentos que norteiam o sistema mundano, cujo intento é atingir as bases da Igreja. A qual deve estar firmada nos valores bíblicos para que possa resistir à ação do espírito anticristão que predomina no mundo. Pois “as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja do Senhor” (Mt 16.18).

Considerações finais

À vista do que tratamos nesta lição, o prenúncio da ação do espírito do Anticristo pode ser entendida nitidamente na narrativa de Daniel por meio da figura do rei Nabucodonosor. Tendo em vista que a ação maligna idealizada pelo rei, em construir a imagem de ouro no campo de Dura, coincide com o fato escatológico, descrito no livro de Apocalipse, a respeito da intenção perversa do Anticristo que há de erigir também, a imagem da besta a fim de que todos os povos, nações, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, sirvam ao propósito do líder satânico na Grande Tribulação. De outro modo, vemos a conduta de Sadraque, Mesaque e abede-Nego como um arquétipo para a Igreja destes últimos dias que também se depara com circunstâncias adversas que querem banir a fé cristã genuína das camadas da sociedade. Sendo assim, a Igreja “não deve se conformar com este mundo” (cf. Rm 12.2), visto que os valores mundanos fazem pressão contra os crentes para que deixem os princípios da Palavra de Deus e consintam com a dissoluta inversão de valores. Porquanto, o que temos visto é fruto da implícita ação diabólica do espírito anticristão na sociedade, empregando valores contrários a Palavra de Deus e que se manifestará abertamente no período da Grande Tribulação. Desse modo, é relevante que o professor nesta lição, explique o simbolismo encontrado na narrativa de Daniel, concernente a atuação do espírito do Anticristo ao longo da história. Considere também a conduta dos jovens hebreus mediante a adversidade como um exemplo de fé para a Igreja da atualidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Enquete sobre EBD