quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Lição 03 - O Deus que intervém na história (CPAD)

DANIEL 2.23,24

INTRODUÇÃO

I – O SONHO PERTURBADOR DE NABUCODONOSOR (Dn 2.1-15)

II – A ATITUDE SÁBIA DE DANIEL (2.16-30)

III – DANIEL CONTA O SONHO E INTERPRETA-O (2.31-45)

CONCLUSÃO


DANIEL, UM PROFETA PROEMINENTE NO PALÁCIO REAL

DANIEL 2.23,24

Na lição desta semana, estudaremos um pouco mais a respeito do legado deixado por Daniel, durante o tempo em que esteve no palácio real da corte babilônica. O proeminente papel desempenhado pelo profeta na presença do rei revela a intervenção divina em resposta à prepotência dos governos terrenos que pensavam possuir o domínio pleno sobre o mundo (cf. Dn 2.20,21). Além disso, não reconheciam a existência de um Deus, Criador dos céus e da terra, a quem deveriam prestar contas. À vista disso, Deus intervém na história ao revelar um profundo e significativo sonho a Nabucodonosor, a fim de tornar manifesto o declínio dos reinos terrenos ao longo da história, pois somente o domínio universal do Messias será eterno (v.44).

Além de sábio, Daniel se mostra um servo totalmente dependente da providência divina. Depois da notícia que todos os sábios palacianos deveriam morrer por não interpretarem o sonho do rei, o profeta convida seus amigos a orarem a Deus, a fim de que Ele revele não somente a interpretação, mas também o próprio sonho que o rei havia esquecido. Pela graça de Deus, Daniel recebe a revelação divina e evita que o genocídio aconteça. Em consequência disso, o profeta é exaltado e o rei o constitui como governador de toda a província da Babilônia, assim também como principal governador de todos os sábios. Desse modo, Deus é glorificado através da vida de Daniel, que se torna um grande exemplo para a igreja dos dias atuais. Nesta lição, o professor poderá levar a classe refletir sobre a importância do papel desempenhado pelos crentes na sociedade. Explique também, que Deus deseja conceder-nos uma vida de intimidade profunda com Ele, a fim de nos usar extraordinariamente dentro do contexto social que estamos inseridos.

O papel de Daniel na corte de Nabucodonosor

Além da sabedoria e integridade encontrada no caráter de Daniel, o profeta desempenhou um papel de proeminência na corte babilônica. Deus concedeu ao rei Nabucodonosor um profundo e significativo sonho que revela a intervenção divina ao longo da história, como resposta à prepotência das dominações terrenas que pensavam possuir o controle pleno sobre o mundo. No entanto, só há um domínio que pode ser considerado sempiterno e indestrutível, o domínio universal do Messias (v.44).

Após o sonho, todos os sábios e adivinhos são convocados a trazerem o relato e a interpretação ao rei. Entretanto, não o puderam responder, visto que Deus fez com que o imperador esquecesse o sonho a fim de exaltar Daniel no palácio real. Por não acreditar nas justificativas dos sábios e adivinhos de todo o império, de que não seria possível dar a devida interpretação do sonho, o rei ordena a matança de todos estes, incluindo Daniel e seus companheiros. Todavia, Deus fez com que Daniel achasse graça aos olhos de Nabucodonosor, para que a loucura do rei não fosse perpetuada. Com sabedoria e inteligência, o jovem hebreu assume corajosamente a responsabilidade de atender a necessidade do rei, pois a inquietação havia tomado conta do coração daquele déspota.

Prontamente a graça divina que tornou a Daniel sábio, fez com que ele estivesse preparado para aquele momento, pois o profeta poderia até ser morto, caso a resposta não provesse a necessidade do rei. Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, interveio na vida de Daniel trazendo de forma precisa a resposta da oração e concedendo o livramento. Não obstante, é importante destacar que a prontidão do profeta, ainda jovem foi um diferencial para aquele momento histórico que o império babilônico estava vivenciando. 

Um profeta dependente da providência divina

Outra característica marcante deste jovem profeta era a forma como se relacionava com Deus. Daniel era mais do que um profeta ou estadista, ele se apresentava como um servo totalmente dependente da graça divina. Ao tomar conhecimento do decreto real, de que todos os sábios palacianos deveriam morrer por não interpretarem o sonho do rei, o profeta fala a Arioque, capitão da guarda e pede ao rei que lhe desse um tempo para que pudesse buscar a resposta. Em seguida, convida seus amigos a orarem a Deus, a fim de que Ele revele não somente a interpretação, mas também o próprio sonho que o rei havia esquecido.

Não obstante, tenha recebido um dom que excedeu a sabedoria e inteligência encontrada nos demais jovens hebreus, Daniel compartilha-lhes a situação para que possam auxiliá-lo em oração. Assim como em outros momentos, Daniel demonstrara que possuía um nível de caráter íntegro que sobrepujava qualquer cargo que ocupasse por mais esplêndido que fosse. Ao reconhecer que somente Deus poderia trazer a solução para este dilema, o profeta clama pela resposta e deposita toda a confiança na providência divina. Até que em uma visão de noite, o jovem recebeu a revelação de Deus do que se tratava o sonho do rei e a sua interpretação (Dn 2.19).

O sonho era a respeito de uma imagem, cujos membros eram feitos de materiais diversos e revelava a inferioridade e decadência dos reinos terrenos que transcorreriam ao longo da história. Vemos aqui a graça de Deus sendo manifesta através do profeta, pela qual, uma grande barbárie foi evitada.

O castigo que o rei pretendia realizar era severo. De acordo com o Comentário Bíblico Beacon: Isaías a Daniel, “o castigo decretado por Nabucodonosor era bastante comum entre os babilônios (cf. 3.29). O despedaçamento de cativos de guerra havia sido praticado até pelos hebreus (1 Sm 15.33) como uma manifestação de julgamento extremo. Nabucodonosor acrescentou a esse horror o confisco de propriedade e a profanação das casas das vítimas, tornando-as um monturo (v.5), isto é, depósitos de lixo públicos” (CPAD, 2005, p.506). Assim, a graça de Deus manifestada por meio da integridade de Daniel, foi significante para que esta execução não fosse realizada sobre todos os sábios e magos do império, embora não servissem e nem adorassem ao Deus de Daniel. 

A intervenção divina na vida do profeta 

Em consequência disso, Deus trouxe exaltação sobre a vida de Daniel. Agradecido pela prontidão do jovem em atender a sua solicitação, o rei lhe concedeu presentes e o constituiu governador de toda a província da Babilônia, assim também como principal governador de todos os sábios do império. Por certo, havia um propósito da parte de Deus de exaltar a Daniel, a fim de que o nome do Deus do Céu que revela os segredos do coração do homem se tornasse conhecido acima de todos os domínios da terra (cf. Dn 2.28).

Além de profeta, o jovem hebreu se tornou um importante estadista não somente para o reino babilônico, mas também durante o domínio medo-persa, até o final de sua vida. Durante este período, muitas foram as mensagens trazidas por Daniel da parte de Deus para os governantes daqueles tempos e também recebeu revelações significativas para os fieis dos dias atuais concernente ao plano final de Deus para a humanidade, tornando esclarecida boa parte das profecias escatológicas encontradas nas Escrituras Sagradas.

Partindo desta premissa, vemos no exemplo de Daniel, uma série de lições adquiridas através de seu testemunho de fé, que são de suma importância para a Igreja. Na obra Guia de Leitor da Bíblia, Laurence O. Richards declara: “Algumas pessoas são tentadas a chamar pra si o crédito por seus dons ou habilidades especiais. Daniel, não. Ele era bastante cauteloso ao explicar que a interpretação de sonhos ia além de suas revelações. Devemos adotar a mesma atitude de Daniel. ‘Pois quem é que te faz sobressair? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, porque te vanglorias, como se o não tiveras recebido?’ (1 Co 4.7). Tudo o que temos e somos procedem de Deus” (CPAD, 2010, p.514). Desse modo, podemos entender que a graça de Deus se torna abundante na vida daqueles honram a Deus e o colocam em primeiro lugar (Mt 6.33).

Considerações finais

Em vista disso, vemos na história de Daniel, o legado deixado pelo profeta através do seu testemunho honroso que demonstrou durante o tempo em que esteve no palácio de Nabucodonosor. O relevante papel desempenhado pelo jovem profeta, não apenas demonstrou a intervenção divina na história da humanidade, como também revelou que existe um Deus, Criador dos céus e da terra a quem todos devem prestar contas (Rm 14.10; 2 Co 5.10). Além da sabedoria encontrada no profeta, vemos a predisposição de servo depende da providência divina a fim de se colocar ousadamente diante do rei para impedir que um genocídio aconteça. Daniel assume a posição de profeta de Deus e ora junto com seus amigos, pedindo ao Deus de Israel que revele o sonho do rei e a sua interpretação. Deus o responde de forma gloriosa para que todos os reinos saibam inclusive o babilônico, que não há Deus além do Deus do Céu, que revela os segredos do coração do homem. Assim como em outros momentos, Daniel demonstrara que possuía um nível de caráter em excelência que sobrepujava qualquer cargo que ocupasse por mais importante que fosse. O jovem alcançou o mérito de ser colocado como governador geral de todas as províncias da terra dos caldeus e chefe de todos os sábios que havia na Babilônia.

Desse modo, vemos a importância do papel desempenhado pelos crentes neste mundo. Deus institui os seus servos em todas as camadas da sociedade a fim de que cumpram a missão de testemunhar a respeito do Reino de Deus. Embora Deus determine dons específicos para cada um de seus servos, é da vontade de Deus usar-nos de forma extraordinária dentro do contexto em que estão inseridos. Que nesta lição, o professor analise com a classe em relação ao uso das habilidades e competências concedidas por Deus para testemunharmos o seu Nome entre os infiéis. Relacione a importância da sabedoria e proeminência do caráter de Daniel em meio ao cenário do cativeiro, com o contexto social em que a Igreja de Cristo se depara nos dias atuais.

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