sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Lição 11: O Homem vestido de linho (CPAD)

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Daniel 10.1-6,9,10,14.


1 - No ano terceiro de Ciro, rei da Pérsia, foi revelada uma palavra a Daniel, cujo nome se chama Beltessazar; e a palavra é verdadeira e trata de uma guerra prolongada; e ele entendeu essa palavra e teve entendimento da visão.
2 - Naqueles dias, eu, Daniel, estive triste por três semanas completas.
3 - Manjar desejável não comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com unguento, até que se cumpriram as três semanas.
4 - E, no dia vinte e quatro do primeiro mês, eu estava à borda do grande rio Hidéquel;
5 - e levantei os meus olhos, e olhei, e vi um homem vestido de linho, e os seus lombos, cingidos com ouro fino de Ufaz.
6 - E o seu corpo era como turquesa, e o seu rosto parecia um relâmpago, e os seus olhos, como tochas de fogo, e os seus braços e os seus pés, como cor de bronze açacalado; e a voz das suas palavras, como a voz de uma multidão.
9 - Contudo, ouvi a voz das suas palavras; e, ouvindo a voz das suas palavras, eu caí com o meu rosto em terra, profundamente adormecido.
10 - E eis que uma mão me tocou e fez que me movesse sobre os meus joelhos e sobre as palmas das minhas mãos.

14 - Agora, vim para fazer-te entender o que há de acontecer ao teu povo nos derradeiros dias; porque a visão é ainda para muitos dias.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

Subsídio Exegético

“Uma Visão Celestial de Conflitos Terrenos, 10.1-12.13

A maioria dos intérpretes concorda em que os últimos três capítulos do livro de Daniel constituem uma unidade. Keil descreve os conteúdos dessa seção como ‘A revelação das aflições do Povo de Deus Infligidas pelos Governantes do Mundo até a Consumação do Reino de Deus’. Essa seção não está em forma de sonho ou visão. Ela é uma revelação, que vem diretamente a Daniel por intermédio de um ser celestial que age como o mediador da verdade. A expressão foi revelada uma palavra a Daniel (10.1) contém a palavra niglah, a forma passiva do verbo que significa ‘desvendar, manifestar, revelar’. Essa manifestação culminante experimentada por Daniel veio a ele na forma mais elevada de revelação, através do encontro direto com a deidade. Keil descreve essa experiência como uma teofania, uma manifestação ou aparição de Deus” (PRICE, Ross; GRAY, C. Paul (et al). Comentário Bíblico Beacon: Isaías a Daniel. 1ª Edição. Volume 4. RJ: CPAD, 2005, pp.538-39).


AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

Subsídio Bibliológico

“Anjos Caídos

Os anjos malignos, dos quais Satanás é o príncipe (Jo 12.31; 14.30; Ef 2.2; cf. 6.12), se opõem aos bons (Dn 10.13), perturbam o bem-estar do homem às vezes adquirindo o controle que Deus tem sobre as forças da natureza (Jó 1.12-19) e as doenças (Jó 2.4-7); cf. Lc 13.16; At 10.38. Eles tentam o homem para pecar (Gn 3.1-7; Mt 4.3; Jo 13.27; 1Pe 5.8) e espalham falsas doutrinas (1Rs 22.21-23; 2Co 11.13,14; 2Ts 2.2; 1Tm 4.1). No entanto, sua liberdade para tentar e testar o homem está sujeita à vontade permissiva de Deus (Jó 1.12; 2.6).

Embora eles ainda tenham a sua habilitação no céu e, às vezes, tenham acesso ao próprio trono de Deus (Jó 1.6), serão lançados à terra por Miguel e seus anjos antes da Grande Tribulação (Ap 12.7-9), e finalmente serão lançados no lago de fogo e enxofre ‘preparado para o diabo e seus anjos’ (Mt 25.41).

Os anjos, como seres criados separadamente, não se casam nem se dão em casamento (Mt 22.30; Lc 20.36). Em contraste, os homens são todos participantes da raça humana e descenderam do primeiro casal, Adão e Eva. Deus, portanto, não pode lidar com os anjos através de um representante e, sendo assim, os anjos caídos não podem ser remidos por um comandante federal como o homem (por exemplo, ‘em Adão’ e ‘em Cristo’ Rm 5.12ss.; 1Co 15.22).

Com que base Deus, então, separou os santos anjos (Mt 25.31; Mc 8.38) daqueles que pecaram (2Pe 2.4; cf. Jd 6)? Com base em sua obediência, amor e lealdade a Ele. Aqueles que seguiram a Lúcifer em sua rebelião contra Deus (Is 14.12-17; Ez 28.12-19) desse modo pecaram e caíram. Alguns destes foram colocados em cadeias eternas (Jd 6), mas os outros ainda estão livres e ativos e são chamados demônios. Aqueles anjos que continuaram firmes em amor, lealdade e obediência a Deus foram confirmados em um caráter de justiça. Assim, os anjos podiam pecar ou permanecer puros até serem totalmente testados e confirmados em justiça” (PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard, F. Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, p.139).


SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

O Homem vestido de linho

O capítulo que ora vamos estudar encontra-se numa seção que se destaca dos capítulos sete a nove: a de dez a doze. Estes aparecem como profecia que os remete a uma retrospectiva histórica dos capítulos sete a nove. A seção dos capítulos dez a doze dividi-se basicamente em três partes: introdução longa que descreve a aparição do emissário divino para Daniel (cap. 10); a revelação que envolve a história dos quatro impérios mencionados em profecias anteriores (11.1-12.4); a consumação dos segredos divinos até o tempo do fim (12.5-13).

O capítulo dez retrata o envio de um emissário celestial, conhecido como o homem vestido de linho, que trouxe uma mensagem a Daniel acerca do futuro das nações e do povo de Israel. O profeta Daniel esgotou-se fisicamente diante da realidade espiritual permeada na batalha entre anjos cuja maioria dos estudiosos conservadores diz serem aqueles anjos guardiões das nações que habitavam a região da Palestina e adjacências.

Mais importante é destacar que neste capítulo os anjos aparecem com uma missão específica em relação ao desenrolar da história revelada em visão a Daniel. Os seres espirituais são enviados pela parte de Deus para auxiliar o profeta concernente a interpretação de algo que Daniel buscava compreender. Perceba que em nenhum momento há uma atitude de deslumbramento por parte do profeta com relação aos seres espirituais. Pois o seu desgaste físico tem haver com a dimensão do mundo espiritual que ele viu-se imerso. Por isso, não podemos usar este texto para justificar os movimentos contemporâneos de “cair no espírito”. É um “assalto” hermenêutico utilizar textos como este de Daniel para justificar movimentos que nada tem haver com o desenrolar do futuro das nações onde Deus se predispõe a revelar os mistérios divinos.

Não se pode deixar de apontar também que no nascimento de Jesus de Nazaré esta dimensão celestial foi novamente representada através dos anjos. O anjo Gabriel anunciou o advento do Messias. Na tentação de Jesus, após Ele ser provado e ter vencido as tentações, anjos o serviram. O apóstolo Paulo nos falou que a nossa luta não é contra carne e sangue, mas contra as potestades nas regiões celestiais. Os anjos são reais, o mundo espiritual é real e, por isso, não podem ser banalizados por meninices e falta de bom senso e respeito às coisas de Deus.

Fonte: Revista de Lições Bíblicas de Jovens e Adultos; 4º Trimestre 2014 e Revista Ensinador Cristão (CPAD).

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