quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Lição 02 - A firmeza do caráter moral e espiritual de Daniel (CPAD)

DANIEL 1.17,20

Por Thiago Santos

INTRODUÇÃO

I – UMA DEMOCRACIA HISTÓRICA

II – A FORÇA DO CARÁTER

III – A ATITUDE DE DANIEL E DE SEUS AMIGOS

CONCLUSÃO
 


A IMPORTÂNCIA DO RELACIONAMENTO COM DEUS

DANIEL 1.17,20

A lição desta semana tem como finalidade apresentar a firmeza do caráter moral e espiritual de Daniel e seus amigos durante o período em que estiveram no cativeiro babilônio. À vista disso, os jovens hebreus tiveram que guardar a aliança com Deus, a fim de sobreviverem em meio ao paganismo. Não obstante a pouca idade que tinham, deveriam apresentar a maturidade necessária, para que mesmo em meio às pressões sofridas, não abandonassem a fé no Deus único e verdadeiro. Em meio ao contexto social idólatra em que estavam inseridos, os jovens permaneceram fieis aos preceitos da lei mosaica que haviam aprendido desde a meninice (Dn 1.3,4). A cultura caldéia e o sistema corrupto da Babilônia, não foram fortes o suficiente para extinguir do caráter daqueles jovens, o comprometimento que tinham com os princípios da lei divina. Desse modo, Deus os honrou de tal maneira que foram escolhidos para estar diante do rei Nabucodonosor, visto que “em todo o reino não havia jovens tão cultos em toda matéria de sabedoria e inteligência do que Daniel, Hananias, Misael e Azarias. Entretanto, Daniel sobrepujou a estes, tornando-se entendido em toda visão e sonho” (cf. 1.17,20). 

Em razão disso, Deus os alocou a cargos significativos no Império, a fim de cumprirem o propósito divino ao longo do cativeiro. Porquanto, muitas maravilhas iriam acontecer a fim de testemunharem que a soberania de Deus está acima de toda a prepotência humana. Nesta lição, o professor poderá considerar o comportamento dos jovens hebreus na corte Babilônia como um arquétipo de fé e, a partir de então, ressaltar com a classe sobre o valor do relacionamento com Deus. Explique também que a vida espiritual é uma área que não pode ser negligenciada pelos crentes. Pois, ao passo que priorizamos o Reino de Deus, o Senhor faz com que ascendemos em outras áreas da nossa vida (cf. Mt 6.33; Cl 3.1-3). 

O caráter moral e espiritual dos jovens hebreus

Em face disso, para que a firmeza do caráter moral e espiritual destes jovens hebreus se fizesse conhecer, eles deveriam guardar a aliança de fé com o Criador. As pressões impostas durante a travessia do cativeiro não seriam fortes o suficiente para os desviarem da presença do Deus único e verdadeiro. Pois o relacionamento que desenvolveram com o Criador, tornou-se fundamental para que encontrassem o entusiasmo necessário para não recuarem na fé. Embora tivessem pouca idade, tiveram maturidade suficiente para suportarem as pressões que vinham para fazê-los adeptos dos conceitos e valores mundanos que imperavam na cultura caldéia. 

Outro fator determinante para esta conduta é o fato destes jovens terem sido ensinados conforme os preceitos da lei mosaica desde a infância. Isto se torna evidente, pelo fato de Daniel propor a dieta de legumes e vegetais, na intenção de não se contaminarem com as iguarias do rei que eram dedicadas aos deuses adorados na Babilônia (cf. 1.8). Nesse caso, a educação que receberam foi um diferencial na escolha para estarem na corte do rei. Porquanto, eram “jovens em quem não havia defeito algum, formosos de aparência, e instruídos em toda sabedoria, e sábios em ciência, e entendidos no conhecimento, e que tinham habilidade para viver no palácio do rei” (v.4).

De acordo com o Dicionário Bíblico Wycliffe, a educação judaica consistia da seguinte forma: “Era primeiramente religiosa e, até a época do Novo Testamento, dava-se em casa. Era dever do pai, instruir seu filho sobre as tradições religiosas (Êx 12.26,27; Dt 4.9; 6.7). Era essencial que a criança pudesse ler as Escrituras. Felizmente, o alfabeto hebraico com suas vinte e duas letras era muito mais fácil do que as centenas de caracteres cuneiformes e hieroglíficos dos vizinhos de Israel. [...] De acordo com a declaração de Judah ben Tema (séc. II a.C) em Pirke Aboth 5.21, o programa de estudos a ser desempenhado era: as Escrituras – aos cinco anos; o Mishnah – tradições orais – aos dez anos; e o Talmude – comentários sobre o Mishnah – aos quinze anos. Esperava-se que os rapazes se casassem aos dezoito anos” (CPAD, 2010, pp.598-99). 

Desse modo, Daniel e seus amigos encontraram-se preparados moral e espiritualmente para testemunharem a respeito da fé no Deus único e verdadeiro, com quem tinham uma firme aliança.

A cultura caldeia e o sistema corrupto babilônio

Não obstante o sistema pagão em que estavam inseridos, os jovens hebreus permaneceram fieis a Deus. A cultura caldéia não foi forte o suficiente para convencer o coração daqueles jovens a se corromper com aquilo que tinha a lhes oferecer. Por certo, traziam consigo, as primeiras letras que lhes tornaram maduros na fé diante de Deus. Entretanto, sob o domínio babilônio, os jovens deveriam ser ensinados em todas as letras e na língua caldeia, a fim de adquirirem a cultura e a religião babilônica.

Segundo o Dicionário Bíblico Wycliffe, a religião babilônica é constituída da seguinte maneira: “Os deuses da Babilônia eram, em sua origem, personificações das várias forças da natureza. A religião babilônica era, dessa forma, uma adoração à natureza em todas as suas partes, prestando homenagem a seres super-humanos que eram ao mesmo tempo amigáveis e hostis, com frequência representados por formas humanas, animais ou híbridas. [...] as divindades eram adoradas em vários templos, muitas vezes em torres-templo. As torres-templo (zigurates) eram estruturas imponentes, erguendo-se em enormes níveis, um acima do outro, construídos em tijolos sólidos e acesso feito por uma escadaria externa” (CPAD, 2010, p.256). 

Nesse contexto, Daniel e seus amigos sofreram todas as pressões impostas pelo sistema corrupto da Babilônia a fim de extinguirem do seu caráter o comprometimento que tinham com os preceitos da lei divina em que haviam sido ensinados. Embora o domínio do cativeiro tenha restringido a liberdade de culto dos hebreus, Deus não permitiu que a espiritualidade de seu povo fosse totalmente apagada. Antes, concedeu-lhes a incumbência de se manterem fieis a Deus e comprometidos com os preceitos da lei divina.

A ascensão dos jovens hebreus em meio ao cativeiro

Em vista disso, a fidelidade dos jovens hebreus resultou em honra. Depois de ousarem não se contaminar com as iguarias do rei, Daniel e seus amigos foram escolhidos para estar diante de Nabucodonosor, visto que em todo o reino não havia jovens tão cultos em toda a matéria de sabedoria e inteligência do que estes. Tal era a sabedoria dotada por Deus, que em tudo quanto o rei perguntava, estavam aptos a responder. Isto demonstra a fidelidade divina em resposta ao comprometimento que tinham à aliança abraâmica. Por certo que, a fonte inspiradora de tais conhecimentos era decorrente do aprendizado que adquiriram no seio do judaísmo.

Desta forma, a ação do Espírito se fez presente mediante as adversidades. Há exemplo, temos o episódio que narra o decreto real que obrigava a todos adorarem a estátua de ouro que o rei mandou levantar no campo de Dura. Em resposta, os jovens hebreus recusaram se prostrar diante da imagem em obediência à lei de Deus. Por esta causa, foram sentenciados a fornalha ardente aquecida sete vezes. Contudo, o quarto homem apareceu na fornalha, trazendo livramento para os seus servos. Da mesma maneira, vemos a graça de Deus manifesta na vida de Daniel. Este jovem sobrepujou os demais sendo dotado da capacidade de discernir sonhos e visões que tiveram grande relevância para seu tempo e também posteriormente, no contexto da escatologia. 

Em razão disso, a graça divina fez com que esses jovens ascendessem a cargos importantes no Império caldeu. Daniel foi alocado ao posto de maior governador de todas as províncias da Babilônia, assim como, por principal governador de todos os sábios do reino. O profeta do cativeiro tornou-se um estadista que teve grande importância para o governo babilônico. Da mesma maneira, Misael, Hananias e Azarias, também foram honrados e levantados por Deus com cargos de destaque. Desta forma, a fim de testemunharem que o Deus de Israel tem todo o domínio nos céus e na terra, estes jovens tiveram um grande privilégio ao longo do cativeiro babilônico. Porquanto, decidiram permanecer fieis diante do Criador.

Considerações finais

Concluímos que a firmeza de caráter moral e espiritual que estes jovens possuíam, consistia na aliança que mantinham com o verdadeiro Deus, através de um relacionamento fiel a Ele. Por esta causa, a religião judaica não sucumbiu em meio ao paganismo ostentado pela Babilônia. Embora muitos já não tinham mais o ânimo de conservarem a fé judaica, Daniel e seus amigos permaneceram fieis em sua crença. Diante disso, aprendemos que o relacionamento com Deus possui um valor inestimável para a vida do crente. A vida espiritual é uma área que não pode ser negligenciada. Por esta causa, encontramos muitos crentes imaturos na fé, apesar de longos anos congregados em uma igreja, não aprenderam ainda, a cuidar de sua comunhão com Deus. A vida cristã deve ser praticada, tendo em vista que o relacionamento com o Criador deve ser desenvolvido através da reflexão e prática da palavra (cf. Tg 1.22-25). Porquanto, outras áreas da vida podem ser comprometidas em razão do descuido com o que é essencial, ou seja, a fidelidade a Deus. Partindo dessa premissa, nesta lição, o professor poderá levar a classe a observar o exemplo de Daniel e seus amigos na corte babilônica, e com base nisso, considerar a importância do cuidado com a vida espiritual e de que forma isso influencia as demais áreas da vida do crente. Reflita sobre o cenário atual da igreja em relação à negligência da vida espiritual com Deus que tem sido a realidade de muitos crentes.

 
 

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